segunda-feira, 26 de julho de 2010

DIÁLOGO (Ano 2001)

Oh vizinho!Eu tenho uma questão
que eu não consigo entender,
mas vocemecê que sabe ler,
pode dar-me uma opinião.

-Pois diga lá oh meu vizinho
o que tem no pensamento,
se eu souber,dou um jeitinho,
se é que confia no meu tento.

-É que me faz muita confusão,
inda que isto não seja de espantos,
não entendo porque uns são santos,
e há outros que nem santos são.

Temos o S. José que é São,
temos o S.António que é Santo,
temos também o São João,
que não é Santo no entanto.

A respeito do São Paio,eu pergunto
se não haverá o São Chouriço,
ou se haverá o São Presunto?!
Eu penso que esta ideia é enguiço.

Só as fêmeas é que são Santas,
assim como a Igreja que é Madre,
isto é o que diz o senhor Padre,
eu nestas coisas sou um «tarantas«.

-Êle há a Comba que é Santa,
à qual,muitos fazem sua oração,
e a esta Santa Comba dão
um aprêço que até espanta.

E Comba,quer dizer vale,afinal
assim como da Iria,é a Cova,
e Fátima todos os anos renova
uma mentira piedosa,abissal.

-Vizinho,isso dos verbos e leitura,
p'ra mim é muito complicado,
o Prior diz que o Verbo,em carne foi mudado,
mas da fome,o pobre tem é fartura.

-Pois antigamente,o Romano,
tinha os seus Deuses para tudo,
depois a Igreja com ar sisudo,
arranjou Santos p'ra todo o ano.

Isto de São ou de Santo,
é uma questão de fonética,
embora haja no entanto,
dúvidas quanto à sua genética.

-Bem vizinho,eu sou ignorante,
nessas coisas de gramática,
de qualquer modo foi simpática,
a sua explicação,e abundante.

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